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domingo, 7 de março de 2010

ÍCONES RUIVOS FEMININO - por Adélia Jeveaux

Nossa homenagem ao dia internacional da mulher. O texto é de Adélia Jeveaux,  parceira do Movimento Vermelho.

                                       Christina Hendricks

Sempre achei ruivos e ruivas um máximo. Desde pequena eu sentia uma forte identificação com os ruivos, e ter nascido com cabelo castanho parecia um cruel erro da genética, uma injustiça para com a minha branquelice e as minhas sardas. Por isso, desde muito cedo na vida, penso nos ruivos e ruivas como “aquele restrito grupo do qual eu quero fazer parte”. Portanto, com a sinceridade da minha ruivice honorária (leia-se: de farmácia), fui inspirada pela peça “Os Ruivos” e pelo blog Liga das Ruivas a fazer um apanhado dos ícones femininos ruivos da minha vida.

Começando pela primeira infância, nos idos de 1989, impossível não citar Ariel. Uma das personagens mais queridas da Disney, tem longas madeixas cor de sangue, foi motivo da primeira catarse da minha vida quando, com meses de idade, vi Ariel na tela de um cinema e pensei: é isso, quero ser assim quando crescer. A boneca da Ariel era, naturalmente, uma das minhas favoritas, e se destacava em meio àquele monte de Barbies loiras e iguais. Disputando a atenção com a boneca da Ariel, tínhamos a Moranguinho – clássica, timeless (mas eu a achava um tanto fedorenta, então ficava com a Ariel mesmo).

Alguns anos depois, comecei a ver “Caverna do Dragão”. Sheila pode não ser a mais legal das personagens desse desenho, mas ela era ruiva, então, naturalmente, era minha preferida. Até sardas ela tinha. Ainda que fossem aquelas três míseras sardinhas em cada bochecha, bem coisa de desenho mesmo.

Lá pelos 5 anos de idade, em 1994, desenvolvi o gosto por um desenho japonês que, para uma menina, soava inusitado (leia-se: era motivo de piadinhas e humilhação na sala): Cavaleiros do Zodíaco. Se você lembra dos personagens, sabe que a irmã do Seiya, Marin, era ruiva. Não é incrível? Um desenho japonês, que se passa na Grécia, tem uma personagem de suma importância (ai de quem diga que não) que é ruiva. O único problema é que eu era apaixonada pelo Seiya, então não dava pra “ser” a Marin, né. Seria estranho. Enfim.

Seguindo em frente, os anos de 1998/99 têm uma importância especial. Foi quando vi Lindsay Lohan pela primeira vez. Tudo bem que Lindsay não é exatamente o que podemos chamar de musa, mas em “The Parent Trap” ela era uma ruivinha (ou melhor, duas ruivinhas) linda, com um cabelo sensacional e sardas pipocantes pela cara toda. Também foi o ano em que vi “Titanic”, cuja heroína, Kate Winslet, exibe belas e cacheadas madeixas rubras. (Ok, sabemos que era pintado, Kate não é ruiva natural, mas quem liga?) Foi também em 1999 que conheci Julianne Moore, ruiva- mor-de-todos-os-tempos. E foi nessa época que estouraram as Spice Girls, que tinha a Geri Halliwell e seu estranho apelido de Ginger Spice, que só depois veio a fazer sentido.

Quem via o seriado “Sabrina – a bruxinha feiticeira”, também nessa mesma época, sabe que a melhor amiga dela era ruiva. Aliás, o Nickelodeon era ótimo pra essas coisas: havia um seriado chamado “Pete & Pete”, sobre dois irmãos, e os dois eram ruivos, e o irmão e o pai da Melissa Joan Hart em “Clarissa” eram ruivos também.

Anos depois, lá por 2001, a Sony exibiu uma série com Cybil Shepherd, cuja filha fictícia era a ruiva Alicia Witt. No mesmo canal, That 70’s Show tinha Laura Prepon como Donna – ruiva e, óbvio, minha personagem preferida do seriado. Aliás, nas últimas temporadas ela causou grande decepção ao pintar seu cabelo de loiro.

Em Arquivo X, ainda que não fosse muito a minha praia, tinha a Scully, interpretada por Gillian Murphy. Sem falar em Jessica Rabit, perpetuando a imagem da ruiva fogosa (má escolha de palavras), mesmo em desenho animado, bombando na Tela Quente e Sessão da Tarde ao longo da década de 90.

Durante a adolescência também não faltaram musas ruivas em quem me inspirar. Na música, tinha Melissa Auf Der Maur, baixista do Hole e do Smashing Pumpkins, Shirley Manson, vocalista do Garbage, Tori Amos, cantora e pianista. Eu via “Buffy – A Caça-vampiros” só porque achava a Allison Hannigan demais. No cinema, pipocaram ruivas (naturais e honorárias) como Cate Blanchett em “Vida Bandida” (até hoje na briga pelo topo da minha lista de ruivas favoritas), Bryce Dallas Howard, de “A Vila”, Nicole Kidman (especialmente naquele filme com a Sandra Bullock, em que elas são bruxas – meu deus, que cabelo), Kelly Reilly (de “Albergue Espanhol” e “Bonecas Russas”), Kirsten Dunst em “Homem Aranha”, e conforme eu fui descobrindo o cinema antigo, figuras como Lauren Bacall, Rita Hayworth, Moira Shearer apareceram pra engordar a lista. Quem curte filmes dos anos 80 sabe que Molly Ringwald era uma figura importante no cinema da época, nos filmes de John Hughes – adivinha: ruiva.

Hoje em dia, estão em destaque Amy Adams, Isla Fisher, Marcia Cross, Debra Messing, Cynthia Nixon e Kate Walsh nas séries e no cinema, Lily Cole, Jessica Stam e Karen Elson na moda, Regina Spector na música… A lista é longa, viu! E se eu sei os nomes delas todos é porque, desde cedo, desenvolvi o hábito de memorizar os nomes de ruivas, uma vez que elas apareciam menos do que loiras e morenas, e era sempre com elas que eu me identificava mais, eram as que eu queria “ser”.

Entre as brasileiras, temos Alessandra Maestrini, Maria Eduarda, Camila Morgado (aquele cabelo de “A Casa das Sete Mulheres” era tudo ein), e a honorária das honorárias, Julia Petit – cuja ruivice não-genética é tão convincente que nem todo mundo sabe que seu cabelo é pintado.

E, ultimamente, devo dizer que minha musa ruiva preferida tem sido Christina Hendricks, do seriado “Mad Men” (reparem que nos seriados as ruivas marcam presença). Não sei se ela é ruiva natural, só sei que é linda e poderosa, um pouco na linha Jessica Rabbit, mas de carne e osso, e em evidência na midia atual. Entre os homens, meu preferido isolado tem sido Michael C Hall, de “Dexter” – um espécime digno, pra dizer o mínimo.

Às atrizes/cantoras/modelos/desenhos animados que queiram se juntar ao movimento, sempre tem espaço pra mais uma! Junte-se a nós e inspire uma menina ruiva a gostar de si mesma, ou uma não-ruiva a virar ruiva (como eu!).

Por Adélia Jeveaux



2 comentários:

Unknown disse...

Você esqueceu da Grampola!!! Karla Muga.
XX

Maggie (: disse...

Senti o mesmo.
Quando tinha 10 anos vivia revoltada com o mundo por não ter cabelos ruivos, hoje tenho-os pintados. Custa-me muito saber que não são naturais, queria tingir uma vez e que nascessem daquela cor x) Mas depois que pintei fiquei muito contente com o resultado, sou mais eu :D
Obrigada pelo artigo fabuloso