O Negro e o Vermelho se encontraram. Sorriram e encantaram, no meio de uma grande multidão. O Negro e o vermelho se olharam, viram tão pouca diferença que se igualaram, para escrever uma pequena nação. O Negro e o Vermelho se destacaram, como sendo cores fortes. O Negro criou o protesto, a força, a escuridão. O Vermelho: o fogo, a cinza, a salvação. Indignai-vos! Negros e Vermelhos, pois o novo mundo a ser reescrito será feito de cores e pessoas, amores e desamores. Juntemo-nos com quem conosco nos parece: o índio, o amarelo, o cego, o doente, o branco, o idoso, o arco-íris e os loucos. -Salve os loucos! Pois é deles o afeto catalisador. O novo mundo ainda não está completo sem a mulher, a prostituta, a cega, a cadeirante, a arrogante, a mãe, a menina; a inebriante mulher. -Salve as mulheres! Pois “bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. O Negro e o Vermelho não podiam esquecer as crianças, as lembranças do colo, do inglório, da casa, da fala que não para; pois queremos ouvir a voz da verdade. -Salve as crianças! “porque delas é o reino dos céus”. O Negro e o Vermelho gritaram, reescreveram e escreveram a história que conta a poesia de se viver em sociedade. O Vermelho manchou o mundo pedindo verdade e o Negro escureceu o dia clamando liberdade. Nada mudou. O que está aí ainda é feito de gente e cores, cheio de desamores no coração.
LeonardoNeves
jornalista e co-autor da peça "Os Ruivos"
Vamos dar início ao manifesto, o Manifesto Vermelho. Mande para o nosso blog: texto, foto, pintura, vídeo, poema, conto, roteiro. Qualquer expressão artística que possa nos ajudar a aumentar o processo libertador e, ao mesmo tempo, de unificação social. O seu recado é importante. O manifesto de pessoas ruivas é importante, o de pessoas não ruivas também. Convido: Ruivos Mania a publicar em nosso blog e mandar seus textos para o nosso e-mail: osruivos@uol.com.br