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sexta-feira, 3 de julho de 2009

COMO TUDO COMEÇOU

Pedro Monteiro

Há dois dias nós comemoramos oito meses de temporada, com 113 apresentações ao todo da peça "Os ruivos..." Pra mim e acredito que também para todas as pessoas envolvidas nessa iniciativa, são números que nunca nós imaginávamos chegar. Às vezes é até difícil responder como começou esse negócio todo. A primeira coisa que lembro e isso nunca vão esquecer, foi quando fui aprovado pra fazer uma campanha publicitária de uma empresa que fabrica pizzas e na hora que entrei dentro set, com figurino no corpo, contrato assinado e tudo pronto para o “ação!” do diretor, o assistente me procurou querendo saber se eu me chamava Pedro Monteiro, na hora respondi: Sim claro. Ele pede pra esperar e depois retorna com a mesma pergunta e eu já um pouco preocupado, falo: Sim eu sou o Pedro Monteiro e qual é o problema? Aí o rapaz me manda essa: Desculpa, tivemos um probleminha, o personagem “garoto” é para ser feito por um ator negro. Agora, sentado na minha cadeira para escrever isso no blog, consigo lembrar que a primeira coisa que fiz foi rir de nervoso, segundo comecei fazer aquelas perguntinhas, tipo: Como assim? Tem certeza? Isso é uma brincadeira? Ao mesmo tempo em que tentava segurar, sem sucesso, uma lágrima que insistia em cair do meu olho. Dias depois sou informado o que aconteceu. Na hora da escolha final, que estavam eu o outro ator, que por sinal era negro mesmo, foi escolhido o outro, só que o assistente (aquele mesmo que veio me dá a notícia) se enganou e criou essa confusão toda. Agora pergunto: ruivo não come pizza? Depois desse episódio aí que não dá vontade de comer mesmo. Aí eu juntei todos aqueles apelidos que só nós ruivos conhecemos, pois estamos cansados de ser chamados de: russinho, sardentinho, alemão, ferrugem, arroto de Fanta, inferno na torre, tocha olímpica, cabeça de fósforo, curupira, água de salsicha, cenourinha e mais a vontade de fazer um trabalho bacana, pois não agüentava mais só fazer papel de “nerd”, peça infantil e papel de “nerd” Daí chamei o Leonardo Neves, meu amigo de escola e depois de dois anos e meio conseguimos estrear a Peça “ Os ruivos...”


Muito obrigado a todos que já foram assistir a nossa peça, ruivos ou não. Obrigados todos que visitam o nosso blog pra saber um pouco mais sobre os ruivos e também mandar coisas sobre ruivos pra cá e um obrigado enorme ao meu Deus ruivo, pra mim Deus é ruivo e disso ninguém me convence ao contrário, por tudo que aconteceu com essa nossa iniciativa.


Ah! Se alguém souber de algum apelido manda pra cá pra eu incluir na peça. E aqui em baixo dois filmes de campanhas publicitárias que fiz um, um, um...NERD!!!!!


Ass: Pedro Monteiro

NERD AMERICANO

ZÉ RUELA

quarta-feira, 1 de julho de 2009

MANDE UMA HISTÓRIA RUIVA


Venha fazer parte do Movimento dos Ruivos, mande a sua história para o nosso e-mail:osexcluidos2008@gmail.com, com o título: Ruivos têm histórias pra contar. A história que tiver o maior número de comentários, até 1 de Agosto, vai ganhar uma camisa da peça Os Ruivos.

VEJA A LIDYA PARTICICPANDO. COMENTE.

RUIVA OU UM E.T. - EIS A QUESTÃO??

Lydia Freitas
Realmente ser uma criança ruiva é uma questão traumática, cresci sendo apontada na escola, sendo a diferente, ouvindo nos corredores quando eu passava a música do "Tim Tones", sendo chamada de "foguinho", "água de salsicha" e tantos outros apelidos que me causavam constrangimento, sem que eu soubesse me defender ou explicar a minha origem. Sem contar a falta de referência, meu irmão respondia que sim quando perguntavam se éramos irmãos, mas explicava que eu tinha sido trocada na maternidade, eu ria, mas no fundo me questionava, tentando buscar alguém que se parecesse comigo. Minha mãe é morena de olhos verdes e meu pai também tinha cabelos pretos, olhos azuis e pele bem clara, mas ruivos mesmo, nunca vi nenhum na minha família, nem fotos, diz a "lenda" que eles existem mas eu nunca os vi, isso me preocupava.
Hoje, confesso a vocês que me orgulho de ser ruiva, o cabelo comprido até a cintura e ruivo continua me fazendo ser a diferente em todos os lugares, mas acho isso bom, chamo a atenção, e quase todos os dias ouço perguntas diferentes, mas sei exatamente como responder.
Certo dia estava vendo a vitrine de uma loja com uma amiga, quando a vendedora se aproximou.
Não falou nada, mas ficou parada ao meu lado só olhando, sabe aquele olhar de espanto?? Analisando tudo, me olhando dos pés a cabeça, bem mais a cabeça, rs..rs.., até que depois de alguns minutos me perguntou: ...deve ser legal ser assim né??? Minha amiga, na hora olhou pra mim com um olhar de espanto, sem entender, eu, olhei pra vendedora, olhei pra vitrine, olhei pra minha amiga e continuei como se não estivesse entendido o que ela falou, mas já imaginava do que se tratava. Minha amiga, sabendo das minhas respostas, logo disse pra que fossemos embora, mas eu continuei a olhar a vitrine. A vendedora, não satisfeita, me disse mais uma vez: ...realmente deve ser muito legal ser assim...como você se sente, como é ser assim??. E ficou aguardando ansiosa minha resposta, como se eu fosse algo inusitado que ela visse pela primeira vez. Eu, sem alternativa, perguntei a ela: Deve ser legal ser assim, como??? e ela prontamente me respondeu: ...SER DIFERENTE, COM ESSE CABELO DESSA COR!!!... eu, sem palavras, me sentindo um E.T.., olhei pra minha amiga e falei, vamos. E a vendedora ficou olhando e me analisando. Realmente me senti um extraterrestre, mas faz parte, ser ruivo é ser diferente, é ser original, único e hoje, na fase adulta, feliz por ser assim. Ser ruivo, pessoal, é ser diferente, mas somos desse planeta apesar de sermos raros tá??
Beijinhos.

Lydia Freitas - São Paulo - SP

terça-feira, 30 de junho de 2009

A GENÉTICA DAS DIFERENÇAS


Os ruivos não param de manadar histórias. Então, vamos publicar a do Zettel. O ator acompanha o nosso movimento desdo começo, é ruivo fiel. Valeu Zette!


Desde pequeno chamamos atenção, imagem atípica, diferente". Para mim, quando criança, esta imagem me beneficiou para trabalhos, propagandas etc. Mas eu não tinha referência, mãe, pai e irmão com cabelos castanhos, de onde eu vim???? As pessoas olhavam para os meus pais e olhavam pra mim, para os meus pais e pra mim e vinha com a célebre pergunta é seu filho mesmo? Mas como???? E assim a nossa cabeça vai dando nó e isto dava um certo reflexo na parte comportamental . Até que na escola, através de uma redação, nas entrelinhas eu questionava a minha ruivez , pq sou "diferente" ? Apelidos , fogueira, arroz com canela, etc ... hoje a galera do skate me chama de fogueira, ficou....
A professora sugeriu para os meus pais, que mostrasse uma foto alguém ruivo da família para que eu pudesse ter uma referencia. Logicamente, vc vai crescendo e aprendendo a parte científica, genética da "diferença".
A mobilização da galera ruiva é mto legal , somos diferentes e raros.........!!!!

Forte abraço,
Daniel zettel
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

´ÚLTIMA SEMANA RUIVA


Última semana, domingo acaba. Vamos fazer um retrospecto de nossa peça. Em Outubro de 2008 estreou, no Rio, a peça "Os Ruivos. Inicialmente seria um mês de temporada. Devido ao sucesso de público, o espetáculo permaneceu até o fim de dezembro. Em Janeiro, de 2009, reestreamos no teatro Miguel Falabella, na sala Atores de Laura. Logo, recebemos o convite para apresentar a peça, no teatro principal do Miguel Falabella, com 450 lugares. Completamos mais de 100 apresentações e 100 postagens em nosso blog. A peça ganhou tanta força, que o Movimento vermelho, movimento que divulgava a peça, se transformou em Movimento dos Ruivos. Dezenas de ruivos conversam e debatem as dificuldades e curiosidades de ter sardas, cabelos avermelhados, e diversos apelidos: cenourinha, maçarico, arroto de fanta e água de salsicha. Tudo com muito humor. Assim a peça virou uma febre e vai se transformar em longa-metragem com a direção de Caví Borges, vencedor do festival do Rio de 2007. As filmagens acontecerão em junho. Estamos fazendo apresentações de Quinta a Domingo. Nas apresentações, o público se sente tão à vontade que, muitos fazem perguntas sobre a cor dos pêlos pubianos dos atores, outros, se candidatam a namorar ruivos, para aumentar a quantidade de "pimentinhas" no planeta. Domingo teremos a participação do Flávio Steffi, do BBB9, que vai contar histórias de ruivos. Venha assistir, no Miguel Falabella, a última semana de nossa peça. Aguardo Vocês!
Até uma próxima reestreia.